Criado com o intuito de proporcionar um breve suspiro de produção mental, considerando que a rotina capitalista favorece uma involução do intelecto. A partir de agora a leitura passará a ser obrigatória e o exercício doloroso da escrita será executado não só com audaciosa pretensão de me fazer entender, mas de exercitar a verbalização das minhas idéias e sentimentos. Tentarei, usando essa estratégia, não me entregar tanto aos estímulos emburrecedores...
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Atitude Inovadora – a transformação da cultura para manutenção da competitividade
Após ouvir do Jorge Gerdau e o prof. Charles Edquist no Seminário Internacional sobre Pequenos Negócios (19/04/2012 – São Paulo), cujo assunto era Inovação, que o melhor investimento que se faz é em recursos humanos, reforçou ainda mais o sentimento de que a área de RH é o braço direito da estratégia empresarial. Não há como trabalhar em separado. A discussão girava em torno da competitividade, na qual a empresa apenas se afasta da “morte” e permanece competitiva se incorporar a atitude inovadora. Para tanto ela deve estimular a criação de um ambiente favorável à inovação. O que isso significa? Significa que a empresa deve estimular seus colaboradores não só em pensar a inovação, mas trabalhar seus processos para implementá-la. A empresa deve despertar uma cultura favorável ao desenvolvimento da competência da inovação - sem entrar no mérito das discussões do prof. Hofstede (2003). A cultura a qual se refere deveria ser, preferencialmente nacional, mas as empresas podem estimular sua mudança. Como fazer isso? Através da atuação estratégica da GP! O próprio Dr. Gerdau apresentou soluções de GP que estimulam a atitude inovadora do colaborador:
• Reconhecimento anual das melhores idéias: premiação dos colaboradores que propõem as melhores inovações (o “peão” do chão de fábrica deve se transformar em cam”peão”)
• Intercâmbio das melhores práticas;
• Gestão do Conhecimento
O que faz o grande empresário investir milhões em pessoas ao invés de investir num imóvel? É justamente a capacidade que as pessoas têm de se renovarem! E essa renovação, reconstrução, reinvenção só é possível com o estímulo a inovação. Por isso o prof. Charles Edquist sugere que a segunda atividade necessária para uma boa implantação de uma Política de Inovação é o investimento nas competências, na aquisição de conhecimentos (capacitações) e desenvolvimento de comportamentos alinhados aos resultados da empresa (a primeira atividade seria o investimento em P&D). Porém, pouco resolve investir em capacitação para o corpo funcional se a organização possui processos desfavoráveis às mudanças, de encontro à inovação.
O desenvolvimento de um ambiente favorável somente é possível com o reforço das idéias inovadoras (como as soluções apresentadas pelo Dr. Gerdau). Apenas assim estimula-se a transformação da cultura organizacional, social, nacional. Apenas com a incorporação da atitude inovadora as organizações permanecem competitivas. Percebe-se que, entre a estratégia de estímulo à inovação e a aquisição da atitude inovadora existe um intervalo que deve ser alinhado também aos resultados: é justamente neste intervalo que a GP deve atuar; com coerência aos valores, alinhado às estratégias e com foco nos resultados.
REFERENCIAS:
SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE PEQUENOS NEGÓCIOS – Promovido pelo SEBRAE, de 18 a 20 de abril de 2012 – São Paulo/SP.
HOFSTEDE, G. Culturas e Organizações. Silabo, 2003
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
O Planejamento Sucessório
Antes de iniciar a discussão
sobre a importância de se planejar a sucessão empresarial, destaca-se a conceituação
das gerações encontradas nas organizações: Y, X e Baby boomers. O professor
Joel Dutra ensina que não existem gerações, mas sim alterações de realidades
que forçam as pessoas à adaptação. Desta forma, não significa que exista uma
geração Y que possuam características de instabilidade, por exemplo, mas que o
mundo exige pessoas com este perfil. Isso significa que não apenas os jovens
estão mais instáveis, mas também os mais velhos estão adquirindo essa
característica para a sua manutenção no mercado. Um dos exemplos disso é que a
tempos atrás, as pessoas encerravam seu ciclo de carreira na organização com a
aposentadoria, por volta dos 50 ou 60 anos. Atualmente as pessoas com 40 anos
(teoricamente da geração X) já pensam em mudar de carreira, mesmo estando num
emprego fixo, a fim garantir melhor satisfação pessoal (característica da tida
geração Y). Neste contexto, o objetivo do professor Joel é instigar o
aprendizado contínuo: “aprendam com os jovens do mercado, pois eles traduzem
com mais facilidade as tendências do futuro”. Dessa forma, as organizações
tendem a se adaptar aos jovens.
A relação do trabalho com a
tecnologia está cada vez mais estreita. Atualmente convivemos com conceitos
como: home office e share services (centros de serviços compartilhados). Sendo
assim, já estamos observando uma mudança na forma de distribuição dos
trabalhos. O turn over deve se intensificar. A gestão de pessoas deverá ser
mais sofisticada. As lideranças deverão estar preparadas para a adaptação à
realidade e a criação de políticas e diretrizes estratégicas para o alcance de
resultados. Este é o grande desafio: preparar as lideranças.
Imprescindível para o desenvolvimento
de líderes é a concepção do conceito de competências não apenas como
capacidade, mas como o potencial de mobilidade dessa capacidade para
resultados. A forma utilizada pelas organizações para medir essas competência é
através das complexidades, ou seja, a medida que as pessoas realizam atividades
mais complexas elas estão se desenvolvendo. Entretanto, as pessoas fazem isso
naturalmente! Isso significa que, a medida que a pessoa envelhecem elas
realizam atividades mais complexas. As pessoas sempre buscam a complexidade na
vida pessoal e profissional. O professor Joel explica que as pessoas agregam
mais complexidade ás atividades quando elas possuem um maior nível de
abstração.
O nível de abstração está
relacionado à profundidade intelectual da pessoa. Isso não significa apenas
conhecimentos, mas também experiência. Uma pessoa com nível de abstração mais
elevado consegue ter uma visão institucional holística, é capaz de planejar
estrategicamente, desenhar possibilidades de atuação e prever conseqüências.
Todas essas características são bem vidas para as organizações.
As organizações estruturam as
suas carreiras com base nas atribuições e responsabilidades de mesma natureza.
Sendo assim, para atividades de natureza financeira existem: técnico, analistas,
supervisores, gerentes, diretores e superintendentes financeiros. Essa
seqüência ilustra uma carreira na área financeira. Entretanto, é importante
conceber a mudança do nível técnico para o nível gerencial como uma mudança de
trajetória de carreira. Quando um médico decide se tornar administrador ele
está realizando uma alteração na sua trajetória de carreira. Neste exemplo fica
fácil compreender a mudança na carreira. Porém no caso do analista financeiro
se tornar supervisor financeiro essa mudança não é concebida como uma mudança
de trajetória de carreira, mas sim o fluxo natural da carreira. Esta é uma
concepção errônea.
Quando um técnico assume uma
posição gerencial ele lidará com algo extremamente novo e que ele não está
preparado: a arena política. Ser líder é ser político. A pessoa que assume o
cargo de liderança, em qualquer área, precisa de muito mais competências de
liderança do que de conhecimento da área. Geralmente quando uma pessoa perde a
função de liderança e assume um cargo técnico ela continua exercendo as funções
da arena política. Compete ao planejamento sucessório se basear no
desenvolvimento das competências gerenciais para a formação dos seus
sucessores.
Para a implantação do plano de
sucessão, a alta cúpula deve disseminar e reforçar alguns valores como
transparência e democracia. Entretanto, um dos valores que deve ser mais
estimulado é a formação de lideranças. Os líderes devem ser reconhecidos pela
sua capacidade formar novos líderes
Gestão de Carreira
Compreendendo a carreira
Antes de explorar o tema da
gestão de carreira, faz-se imprescindível conceituar o nosso objeto de estudo.
Classicamente, entende-se a carreira como “uma seqüência de posições ocupadas e
de trabalhos realizados durante a vida de uma pessoa” (LONDON e STUMPF, 1982). Porém,
já estamos ampliando essa visão, observando a carreira como a sequencia não
apenas de posições de trabalhos, mas de percepções individuais, atitudes e
comportamentos, reconhecimento este desenvolvimento como requisito para a
atuação diferenciada do profissional. Desta forma, carreira implica em
desenvolvimento, ou seja, a capacidade para assumir atribuições e
responsabilidades em níveis crescentes de complexidade. Entretanto, esse
aumento de complexidade não deve ter como conseqüência o aumento salarial, pois
o ser humano eleva as complexidades das tarefas naturalmente. Desta forma, caso
as organizações atrelem o aumento salarial ao aumento das complexidades das
tarefas, elas devem elevar os salários dos seus colaboradores com uma
freqüência insustentável. Entende-se por complexidade como um conjunto de
características objetivas de uma situação, as quais estão em processo continuo
de transformação (LE BOTERF, 2003).
As organizações podem estruturas
as carreiras dos seus colaboradores em diferentes formas. A figura abaixo
ilustra a estrutura de carreira em linha:
A estrutura em linha considera a
evolução do colaborador apenas em sua estrutura vertical. Cada vez mais a
estrutura da carreira em linha é menos utilizada nas organizações, vez que a
progressão na carreira pode ocorrer também no eixo horizontal (mesmo que não
implique em melhoria salarial). Essa situação pode ser exemplificada da seguinte forma: um técnico financeiro é transferido para atuar como técnico na auditoria interna. Apesar de não haver um acréscimo salarial, o colaborador se identifica mais com as atividades da auditoria, agregando maior satisfação e motivação na realização das atividades. Sendo assim, considera-se que houve uma progressão de carreira. Essa estrutura em rede permite o job rotation, estratégia muito comum nas
organizações contemporâneas.
Além dessas duas estruturas,
identifica-se, em casos específicos, a estrutura de carreira em Y, na qual o
indivíduo pode seguir o “braço gerencial”, seguindo o caminho da liderança de
equipes, como pode seguir o “braço técnico” ao se tornar um especialista
essencial para a organização. A definição do caminho dependerá do perfil do
colaborador, destacando-se que em ambas opções a remuneração é equiparada.
Independentemente da estrutura de
carreira que a instituição adote, uma das questões que emergem é: de que forma
ocorre a evolução da carreira? Como a instituição ou o indivíduo pode galgar
posições mais satisfatórias? Como ocorre a migração de um nível para o outro?
Todas essas indagações estão relacionadas com a utilização de sistemas de
avaliação e mensuração de indicadores institucionais que legitimam a progressão
na carreira.
Sistemas
de Avaliação para progressão na carreira
Para
o profissional, a progressão na carreira implica não apenas num acréscimo
salarial, mas o reconhecimento institucional de responsabilidades e a agregação
de poder em determinada área. Os sistemas de avaliação são utilizados para
mensurar o grau de desenvolvimento do colaborador a fim de julgá-lo apto ou não
para a progressão na carreira. Desta forma, acreditou-se que os critérios
adotados para esta mensuração deveriam ser objetivos, claros e, principalmente,
seu alcance dependesse majoritariamente do avaliado. O quadro abaixo ilustra
alguns dos principais sistemas utilizados pelo setor público para avaliar seus
servidores:
Foco
|
Base
|
Centrado
no trabalho executado
|
Esforço
|
Centrado
no conhecimento
|
Provas
|
Centrado
na capacitação
|
Títulos
|
Centrado
no tempo de empresa
|
Tempo
|
Esses são modelos centrados na
objetividade, cuja interferência do superior imediato foi minimizada ou até
mesmo eliminada. Entretanto estes modelos não obtiveram muito êxito devido às
injustiças genuínas do próprio modelo, por exemplo: nem sempre aquele que obtém
melhor pontuação na prova agregou resultados à organização. Sendo assim,
adotou-se o modelo de competências, somando-se a subjetividade aos critérios
objetivos.
Em geral, as avaliações de
competência possuem quatro focos: aferição de potencial, análise
comportamental, desenvolvimento profissional e realização de metas e
resultados. A tabela a seguir discrimina os objetivos de cada um destes focos:
Foco
|
Objetivos e
características
|
Aplicação
|
Aferição de potencial
|
Predizer a adequação futura do profissional
a determinada situação de trabalho, como em posições hierárquicas superiores.
Subsidiar movimentações, geralmente
gerenciais.
|
Instrumentos de análise de
potencial
|
Análise comportamental
|
Orientar comportamentos observáveis
do profissional de modo a alinhá‐lo a valores, missão e princípios de
atuação.
Promover autoconhecimento e
estimular a adoção de comportamentos críticos para a organização.
|
Avaliação pelo gestor imediato
Avaliação por múltiplas fontes
Comitê
|
Desenvolvimento profissional
|
Observar o grau de desenvolvimento
e maturidade do profissional.
Subsidiar decisões em carreira, remuneração fixa
e desenvolvimento.
Nortear como os objetivos devem ser
perseguidos para a construção do futuro no presente.
Predomina como avaliação individual
|
|
Realização de metas e resultados
|
Orientar o esforço dos
profissionais para metas e objetivos da organização. Subsidiar remuneração
variável.
Nortear para os objetivos a serem
perseguidos, visando a construção do presente.
Predomina como avaliação coletiva.
|
Aferir por indicadores
|
Realizar
a avaliação nestes quatro focos agrega mais fidedignidade ao processo de
avaliação meritocrática. Cabe a organização valorar cada um destes focos de
acordo com seus objetivos estratégicos, afinal, a definição dos indicadores que
comporão o sistema de avaliação é baseada no Balance Score Card. Ademais, compete também ao líder acompanhar e
orientar seus subordinados no alcance destes objetivos.
Conclusão
Realizar
a gestão de carreiras exige uma visão estratégica do gestor: ele deve encontrar
o equilíbrio entre o desafio e a motivação (impulsionando o colaborador ao seu
desenvolvimento nas complexidades das tarefas) e entre a objetividade e
subjetividade nos sistemas de avaliação; cabe ao gestor sincronizar os
critérios de avaliação com os valores e metas institucionais para somar forças
no plano estratégico; compete ainda a adoção de um sistema de avaliação
fidedigno e legitimado pelos avaliados no intuito de propiciar a satisfação do
empregado. Essa tarefa desafiadora reforça ainda mais a ação estratégica da
gestão de pessoas no direcionamento da organização.
LONDON, M.; STUMPF, S. A. Managging Careers. United States of America: AddisonWesley Publishing Company, 1982.
BOTERF, Guy Le. Desenvolvendo a competência dos profissionais. 3. ed. Porto Alegre : Bookman,
2003.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Aos poucos fui percebendo que as coisas que dizia eram
incompatíveis com suas atitudes. Não foi fácil. Demorou um pouco para que eu
começasse a desconfiar dessa incoerência. Ele negava suas origens. Apontava os
erros da sua família, sobressaía os defeitos de forma tão agressiva que era
impossível não comprar aquela conversa.
Claro! Pintou o diabo: a mãe era uma louca materialista,
avessa ao amor e favorável à riqueza. O pai um galinha de quinta que abandonou
a família e nunca assumiu ninguém, mas fez outros 6 filhos em mulheres diferentes. Os irmãos continuaram a perpetuar o nome da tradicionalíssima
família ao se casarem com mulheres “novas ricas”, que adicionaram o nome Vilaça
para entrar na hight society e se tornarem nobres de toga. O importante era a
associação do nome a riqueza. Quem iria discordar que essa família estava
desestruturada? Ele enxergava tudo isso e demonstrava sua aversão a essa
estrutura de valores que o cercava. E eu pensava: “que bom que ele é diferente.
Percebe isso tudo na família e quer construir algo melhor para si.” Acho que estava errada.
Não acredito no determinismo sociológico. Acredito que somos
agentes de mudanças. Mas também sei que ficar inerte e “deixar a vida levar” é
algo de uma facilidade extrema. Poucos têm a coragem de reagir. Era muito improvável
ele não ter alguns respingos desse ambiente, afinal ele foi criado nisso! Deve
ter concebido a imagem materna e paterna muito diferente da minha concepção. Dificilmente
teve exemplos de valores de ética, humildade e coletividade na infância. Talvez
na adolescência tenha adquirido a habilidade de abstração necessária para a
elaboração de um pensamento crítico e ter iniciado um possível processo de
ressignificação da sua vida. Mas durante a infância foi tábula rasa imersa em
um ambiente favorável a experiências distorcidas. Impossível ser diferente! E acho
que constatei isso...
Talvez mais difícil do que ser deixada e descobrir que seu
amor não existe. O que você amou foi, na realidade, uma ilusão. Hoje olho para ele
e pergunto: “onde está o meu amor? Não é você...” como pude passar um ano ao
lado de alguém que hoje não reconheço? Que sensação estranha, bizarra! Olhar para
o homem que te beijou todos os dias e descobrir que aquele beijo não provoca
mais nenhuma sensação. Não sinto raiva ou ódio. Às vezes parece pena, mas
também não é. Chega próximo a indiferença, mas existe uma vibração angustiante
que descaracteriza o indiferente. Realmente não sei o que é.
Enfim, chegou a hora. É o momento de termos uma conversa
madura, transparente, definitiva. Preciso dizê-lo que não há mais amor quando não
há mais admiração. Deixei de admirá-lo por enxergá-lo de uma forma muito
diferente do que aquilo que me encantou. Não quero fazê-lo sofrer: preciso ser polida
o suficiente para dizer a minha verdade sem causar dor (nem em mim, nem nele). É
preciso um pouco de coragem...
“Henrique, a minha vida mudou. Estou com novos planos e
novas perspectivas na minha carreira. Deixei o trabalho no hospital para me
dedicar aos estudos para concurso. Essa é uma jornada que preciso caminhar só. Quero
que você entenda que você não tem culpa disso. Eu gosto muito de você. Mas acho
que nesse momento preciso me concentrar para essa mudança. Preciso de tempo e
muita dedicação nos estudos. Não queria ver nossa relação ruir em brigas e
desavenças. Por isso pensei em preservá-la. Deixaremos apenas momentos felizes
em nossa história. Isso talvez seja o suficiente para resgatá-la no futuro. Mais
uma vez conto com seu apoio. Abraços...”
Existia um vazio.Era um sentimento oco, desprovido de sustância.
Faltava o calor, a intensidade, a entrega, dignos dos apaixonados. Talvez por não
se permitir iludir não tenha permitido se apaixonar. Será que realmente é
necessário o conteúdo da ilusão para que exista a paixão? Paixão é sofrimento. Acho
que descobriu quanta falta fazia esse sofrimento...
O fato de ter expurgado a paixão de sua essência a fez mais
constante. Era difícil vê-la chorar, se desequilibrar, e também era difícil a
ver plena, satisfeita, em êxtase. Vivia numa constante quase melancólica, onde
quase nada a afetava, quase nada admirava. Apenas ele despertava um
interesse... Queria dizer uma admiração, mas ela continha tanto seus ímpetos
que eu nem sei o nome que se dá.
Se fosse comigo, não teria dúvidas em me entregar... Claro! Se
vai dar certo ou não, é outra coisa. Permitiria me apaixonar novamente, andar
no shopping de mãos dadas, ir ao cinema, conhecer família e amigos, descobrir
que ele ronca, brigar pelo canal da televisão, me chatear imaginando que ele não
gosta mais de mim, depois receber um beijo bem gostoso e ouvir que “eu estou
viajando!”. Trocar carinhos, conversar por olhares, permitir uma intimidade única...
Como é bom estar apaixonada! Mas ela fugia disso. O que viveu no passado não justifica,
pois não se pode dizer que sofreu por amor. Teve algumas decepções, algumas
grandes decepções, mas poucas. Talvez suficientes...
O fato é que ela queria, mas não iria comprar. Não fazia
sentido manter essa relação estéril. Soube como afastá-lo de si. Aos poucos ele
deixou de participar de sua vida. Aos poucos ela se afastou. Agora começava a
luta para afastá-lo dos seus pensamentos. Sabia como afastar da sua presença,
mas não sabia como esquecê-lo. Depois ela pensa nisso... Está na hora de
começar a reunião.
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