terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Planejamento Sucessório


Antes de iniciar a discussão sobre a importância de se planejar a sucessão empresarial, destaca-se a conceituação das gerações encontradas nas organizações: Y, X e Baby boomers. O professor Joel Dutra ensina que não existem gerações, mas sim alterações de realidades que forçam as pessoas à adaptação. Desta forma, não significa que exista uma geração Y que possuam características de instabilidade, por exemplo, mas que o mundo exige pessoas com este perfil. Isso significa que não apenas os jovens estão mais instáveis, mas também os mais velhos estão adquirindo essa característica para a sua manutenção no mercado. Um dos exemplos disso é que a tempos atrás, as pessoas encerravam seu ciclo de carreira na organização com a aposentadoria, por volta dos 50 ou 60 anos. Atualmente as pessoas com 40 anos (teoricamente da geração X) já pensam em mudar de carreira, mesmo estando num emprego fixo, a fim garantir melhor satisfação pessoal (característica da tida geração Y). Neste contexto, o objetivo do professor Joel é instigar o aprendizado contínuo: “aprendam com os jovens do mercado, pois eles traduzem com mais facilidade as tendências do futuro”. Dessa forma, as organizações tendem a se adaptar aos jovens.
A relação do trabalho com a tecnologia está cada vez mais estreita. Atualmente convivemos com conceitos como: home office e share services (centros de serviços compartilhados). Sendo assim, já estamos observando uma mudança na forma de distribuição dos trabalhos. O turn over deve se intensificar. A gestão de pessoas deverá ser mais sofisticada. As lideranças deverão estar preparadas para a adaptação à realidade e a criação de políticas e diretrizes estratégicas para o alcance de resultados. Este é o grande desafio: preparar as lideranças.
Imprescindível para o desenvolvimento de líderes é a concepção do conceito de competências não apenas como capacidade, mas como o potencial de mobilidade dessa capacidade para resultados. A forma utilizada pelas organizações para medir essas competência é através das complexidades, ou seja, a medida que as pessoas realizam atividades mais complexas elas estão se desenvolvendo. Entretanto, as pessoas fazem isso naturalmente! Isso significa que, a medida que a pessoa envelhecem elas realizam atividades mais complexas. As pessoas sempre buscam a complexidade na vida pessoal e profissional. O professor Joel explica que as pessoas agregam mais complexidade ás atividades quando elas possuem um maior nível de abstração.
O nível de abstração está relacionado à profundidade intelectual da pessoa. Isso não significa apenas conhecimentos, mas também experiência. Uma pessoa com nível de abstração mais elevado consegue ter uma visão institucional holística, é capaz de planejar estrategicamente, desenhar possibilidades de atuação e prever conseqüências. Todas essas características são bem vidas para as organizações.
As organizações estruturam as suas carreiras com base nas atribuições e responsabilidades de mesma natureza. Sendo assim, para atividades de natureza financeira existem: técnico, analistas, supervisores, gerentes, diretores e superintendentes financeiros. Essa seqüência ilustra uma carreira na área financeira. Entretanto, é importante conceber a mudança do nível técnico para o nível gerencial como uma mudança de trajetória de carreira. Quando um médico decide se tornar administrador ele está realizando uma alteração na sua trajetória de carreira. Neste exemplo fica fácil compreender a mudança na carreira. Porém no caso do analista financeiro se tornar supervisor financeiro essa mudança não é concebida como uma mudança de trajetória de carreira, mas sim o fluxo natural da carreira. Esta é uma concepção errônea.
Quando um técnico assume uma posição gerencial ele lidará com algo extremamente novo e que ele não está preparado: a arena política. Ser líder é ser político. A pessoa que assume o cargo de liderança, em qualquer área, precisa de muito mais competências de liderança do que de conhecimento da área. Geralmente quando uma pessoa perde a função de liderança e assume um cargo técnico ela continua exercendo as funções da arena política. Compete ao planejamento sucessório se basear no desenvolvimento das competências gerenciais para a formação dos seus sucessores.
Para a implantação do plano de sucessão, a alta cúpula deve disseminar e reforçar alguns valores como transparência e democracia. Entretanto, um dos valores que deve ser mais estimulado é a formação de lideranças. Os líderes devem ser reconhecidos pela sua capacidade formar novos líderes

Um comentário:

  1. "não existem gerações, mas sim alterações de realidades que forçam as pessoas à adaptação"...será mesmo que o nível de abstração está relacionada à profundidade intelectual?

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